“FURAR O OLHO” E A “SOFRÊNCIA”: uma análise da traição como castração

Waleff Dias Caridade, Nelcicleide Viana Dias Caridade

Resumo


Esse trabalho tem como proposta realizar uma análise de duas letras de músicas do gênero musical sertanejo brasileiro, que contêm características de sofrência. Além disso, visa estudar e compreender a expressão popular “furaram meu olho”, a partir de um viés psicanalítico. A escolha do parceiro para iniciar um relacionamento dá-se em consequência de um modelo instaurado pela função simbólica que estruturará o sujeito, chamada por Freud de complexo de Édipo. Os olhos furados de Édipo o coloca no lugar de uma realização de uma relação incestuosa e o furar os olhos nas músicas, por se caracterizar na relação amorosa, já se encontra com a barra do recalque da castração simbólica. A todo o momento busca-se ludibriar a realidade e se recolocar em seu gozo. O amor é a saudade de casa, então é possível dizer que se relacionar é um ato com traço perverso, desmentir a castração, pois, foi essa que fez o sujeito buscar a esse outro externo, por isso familiar.


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ISSN Eletrônico/EISSN: 2238-5266


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