HIETOGRAMAS OBTIDOS A PARTIR DE RELAÇÕES IDF PARA AS MESORREGIÕES SUL/SUDOESTE E CAMPO DAS VERTENTES, MG

Estephane Cristina de Faria, Italoema Pinheiro Bello, Luiz Fernando Coutinho de Oliveira, Camila Silva Franco

Resumo


Os hietogramas são representações da distribuição temporal da precipitação pluvial, importantes na entrada dos modelos chuva-vazão empregados no dimensionamento de obras hidráulicas. O conhecimento do padrão da chuva é essencial para que estruturas hidráulicas sejam dimensionadas de forma a se evitar acidentes relacionados às inundações nas áreas urbanas. Neste contexto, objetivou-se com este trabalho gerar os hietogramas pelo método dos blocos alternados, empregando as relações IDF (intensidade-duração-frequência) ajustadas para algumas localidades de Minas Gerais. As relações IDF foram adquiridas utilizando-se a técnica da desagregação das precipitações máximas anuais de um dia, obtidas no banco de dados de chuvas do sistema Hidroweb. Posteriormente, foi feita a análise frequencial das chuvas intensas, empregando para tal a distribuição de Gumbel, com a finalidade de se obter as probabilidades dos eventos extremos associados a diferentes períodos de retorno. Por fim, empregando o método dos blocos alternados, foram gerados os hietogramas de projeto para os padrões adiantado, centralizado e atrasado. Para todas as estações pluviométricas empregadas neste estudo, obteve-se um ajuste satisfatório da relação IDF, demonstrando confiabilidade da sua utilização na geração dos hietogramas de projeto. Os hietogramas gerados apresentaram padrões semelhantes, com bom desvio padrão (0,37 mm) com uma da amplitude entre a maior e a menor lâmina precipitada máxima (1,11 mm), demonstrando que a região avaliada pode ser considerada hidrologicamente homogênea. Para a estação de Alfenas, observou-se a maior lâmina precipitada (5,79 mm) enquanto que, para a estação de Pouso Alegre foi a que apresentou a menor lâmina precipitada (4,68 mm).

Palavras-chave


Chuvas intensas. Drenagem urbana. Desagregação de chuva. Relação intensidade-duração-frequência

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DOI: http://dx.doi.org/10.5892/st.v2i2.5002

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