RELIGIÃO, ATEÍSMO E FÉ: UMA LEITURA RICOEURIANA DE JOAQUIM NABUCO

Thiago MAERKI

Resumo


Resumo: Segundo Alfredo Bosi (2010, p. 98), “virou lugar - comum falar do cosmopolitismo  de Nabuco e insinuar que ele teria sido um exilado em sua própria terra”. Por outro lado, pouco se tem comentado sobre como ele foi lido e interpretado fora das terras tupiniquins. As obras nabuconianas escritas em francês raramente têm chamado a atenção dos críticos brasileiros, que direcionaram suas análises principalmente para a obra Minha formação. Não obstante, das páginas de Foi Vaulue, traduzida para o português somente em 1985, emerge um Nabuco diferente do autor canonizado pelas obras em português; autor este que escreve em francês e procura exprimir-se através desta língua. Nesta obra, o autor descreve o itinerário de sua vida, apresentando em que termos teria se dado a sua volta à fé. Esse movimento de retorno, que leva da Religião ao ateísmo e deste à fé, parece se aproximar da tese central de Paul Ricoeur (1978) apresentada no ensaio Religião, Ateísmo e Fé, em que o hermeneuta propõe uma relação dialética entre estes e statutos. O principal objetivo deste artigo éexaminar em que medida podemos utilizar essa dialética recoeuriana para entendermos o processo da “reconversão religiosa” de Nabuco, ao mesmo tempo em que procuramos situar Foi Vaulue em meio ao corpus nabuconiano.

Palavras-chave: Joaquim Nabuco. Paul Ricoeur. Literatura e religião. Dialética. Exercícios espirituais.


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ISSN  1807-9717


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