TRADIÇÃO ICONOGRÁFICA E REPRESENTAÇÃO DO FEMININO EM DOM QUIXOTE
Resumo
Este artigo é parte de minha pesquisa de mestrado em Estudos da Linguagem, realizada nos dois últimos anos. Nossa proposta foi estudar as ilustrações dos desenhistas Tony Johanot e Gustave Doré enquanto renovações das cenas genéricas da primeira parte do Quixote, especialmente em relação à representação das personagens femininas. No entanto, tais considerações se apresentam como um recorte do grande quadro histórico e cultural, a partir do qual o estudo das ilustrações românticas deve ser considerado. Por isso, na primeira parte desse trabalho, desenvolveremos uma breve contextualização histórica, suficientemente adequada para explicar a incidência iconográfica enquanto questão histórica e social. Ademais, tal questão está, como veremos, estreitamente ligada à ideia de cânone ou mesmo de monumento literário, tão comum quando nos referimos às obras mais conhecidas de Dante, Shakespeare e Cervantes –por exemplo. Finalmente, tendo sido recolocadas devidamente no lugar histórico que ocupam, as ilustrações do Quixote deixam de ser meros artefatos circunstanciais e passam a reverberar uma espécie de segunda camada da obra, desvelada pela subjetividade romântica, especialmente no que tange à representação do feminino. Portanto, na segunda parte, iremos investigar essas ilustrações enquanto sistemas intersemióticos em relação ao texto romanesco.
PALAVRAS-CHAVE: Dom Quixote; Romantismo; Iconografia; Literatura e mulher; Semiótica.
ABSTRACT. : This article is part of my master's research in Language Studies occurred in the last two years. Our proposal was to study the illustrations of designers Tony Johanot and Gustave Doré are considered renewals of generic scenes of the first part of the novel Don Quixote, especially in relation to the representation of female characters. However, such considerations are presented as a cut of the great historical and cultural context in which the study of romantic illustrations should be considered. In this way, in the first part of this work we develop a brief historical background, adequate to explain the iconographic incidence as historical and social issues. Moreover, this issue is closely linked to the idea of canon or even literary monument, so common when referring to the most famous works of Dante, Shakespeare and Cervantes –for examples. Ultimately, having been properly replaced in the historic place they occupy, the Quixote illustrations are no longer mere circumstantial artifacts and become a kind of second layer of the book, unveiled by the romantic subjectivity, especially with regard to female representation. Therefore, in the second part, we will investigate these illustrations while semiotics systems in relation to the novelistic text.
KEYWORDS: Don Quixote; Romanticism; Iconography; Literature and woman; Semiotics.
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ISSN 1807-9717
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