DISCURSO EUCLIDIANO EM AMAZÔNIA, TERRA SEM HISTÓRIA
Resumo
O artigo apresenta uma análise dos discursos de Euclides Rodrigues da Cunha, referentes aos povos que habitavam na Amazônia, expostos na primeira parte de sua obra literária, publicada postumamente em 1909, “À margem da história”, sob o título “Na Amazônia, terra sem história”. Por ser uma obra vasta, delimitamos a pesquisa, selecionando alguns trechos da crônica “Os caucheros” inserido na primeira parte. Inicialmente, analisamos o título da primeira parte da obra, e em seguida selecionamos alguns recortes dos discursos presentes na crônica selecionada que aludem sobre a Amazônia e aos povos que nela jaziam. Objetivamos verificar as condições de produção do discurso e a posição do sujeito para assim compreender, por que o autor se posiciona de tal modo e não de outro. Para explanarmos sobre a análise do discurso, condições de produção e a posição do sujeito, embasamo-nos em estudos de Michel Pêcheux (1975), Eni Orlandi (2001), Helena Brandão (2004), dentre outros. Observamos que Euclides designou a Amazônia e os povos que a habitavam, a partir de seu local de origem e de sua cultura, julgando-os como inferiores por não serem iguais ao seu ideal de sociedade e nem à civilização à qual ele estava vinculado. Diante do exposto, consideramos a importância da análise do discurso como mecanismo para a compreensão de como a linguagem materializa a ideologia e como o sujeito está interpelado por ela.
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ISSN 1807-9717
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