O DISCURSO NAS MISSIVAS DE CLARICE LISPECTOR EM ‘MINHAS QUERIDAS’
Resumo
Pretende-se analisar neste artigo como se revela o discurso nas missivas de Clarice Lispector, a partir dos trechos oriundos das suas correspondências pessoais, mantida com suas irmãs, durante os anos em que viveu em Berna na Suíça. Para tanto, será utilizado como respaldo teórico as contribuições de Michel Foucault, Gilles Deleuze e Felix Guattari. Pretende-se verificar como o poder e o discurso se desdobram na linguagem expressa no conteúdo das missivas. Ao fim, pode-se concluir que o discurso nada mais é do que a expressão do mundo, a verbalização de uma realidade, a interligação da linguagem com a experiência, na qual o sujeito se encontra inserido. Clarice sozinha em seu exílio utilizou-se do poder do discurso para recorrer ao outro, dependia deste discurso, era seu modo de sobrevivência e produção de subjetividade. Ao corresponder com suas irmãs, ela ressignificava seu próprio mundo, e é justamente sob este esta base, que se pode considerar a linguagem como uma prática, tendo em vista que ela pratica uma significação e ressignificação de mundo que está sempre em descontinuidades, constantemente transformando-se.
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ISSN 1807-9717
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