LIVROS, IMPRENSA E OBSCENIDADE: A INVENÇÃO DA PORNOGRAFIA NO BRASIL
Resumo
Este artigo investiga a emergência da pornografia no Brasil, enquanto uma categoria de representação, no último quartel do século XIX. Para tanto, parte-se de alguns conceitos fundamentais utilizados por Hunt (1999), como a nomeação da pornografia como tal, a expansão do mercado editorial, a consequente popularização dos livros (sobretudo os licenciosos), as novas configurações da sociedade quanto à privacidade, e uma incitação geral de produção de discursos sobre o sexo – com o que se recorre a Foucault (2015) –, incluindo aí uma preocupação com a obscenidade que passa a ser atravessada pela moralidade, e não simplesmente pela religião. Assim, argumenta-se que, a partir desse período, o Brasil passa a ter de fato uma pornografia, sobretudo uma literatura pornográfica, estabelecendo uma tradição (CANDIDO, 2013). Utilizam-se fontes oriundas de periódicos oitocentistas e uma bibliografia auxiliar, em que se destacam El Far (2004, 2007) e Leonardo Mendes (2016, 2017).
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ISSN 1807-9717
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