BELMIRO BORBA, FALIDO EXISTENCIALMENTE: O CARÁTER AMBIVALENTE DO ROMANCE “O AMANUENSE BELMIRO” (1937), DE CYRO DOS ANJOS

Rafael Lucas Santos da Silva (UEM)

Resumo


Partindo das reflexões analíticas formuladas por Ferenc Fehér (1933-1994) e Georg Lukács (1985-1971), procurou-se construir uma análise do romance O amanuense Belmiro, de Cyro dos Anjos (1906-1994), com o propósito de esclarecer a relação conflituosa do personagem-narrador Belmiro Borba com a realidade social que o cerca. Na medida em que Belmiro Borba é um indivíduo incapaz de instaurar valores e de encontrar um sentido da vida, a hipótese de leitura é que ele seja um exemplo de idealismo abstrato, conforme a tipologia lukacsiana, sofrendo e se desiludindo a partir da modernização capitalista ocorrida pela nova conjuntura sociopolítica da transição das décadas de 1920 e 1930. Ao focalizarmos como ocorre a inserção desse protagonista no mundo moderno da sociedade capitalista brasileira e como reage a esse novo modo de vida, percebemos que há na composição do romance O amanuense Belmiro os elementos apontados por Fehér (1997) como típicos do gênero romanesco, permitindo considerá-lo com o caráter ambivalente na exposição das contradições deflagradas pela modernização econômicas e na infra-estrutura urbana (e a consequente decadência das oligarquias rurais). 

Palavras-chave


Literatura brasileira; Cyro dos Anjos; História social

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ISSN  1807-9717


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