TEATRALIZAÇÃO DO CASAMENTO EM JOIAS DE FAMÍLIA, DE ZULMIRA RIBEIRO TAVARES
Resumo
A novela Joias de Família, publicada em 1990, de Zulmira Ribeiro Tavares, retrata a vida de Maria Bráulia Munhoz, viúva, sem filhos, que, apesar de toda a sua decadência moral, não perde a presunção dos valores burgueses profundamente internalizados e aprendidos na vida em família. É através de suas memórias que adentramos na história, por intermédio de objetos simbólicos, como o rubi sangue-de-pombo, cisne de Murano e de rituais ostentados pela família, nos quais se observa a tentativa de prosseguimento de uma tradição que garanta sua continuidade. O rubi sanguede-pombo (uma joia de família) compõe o centro da narrativa, presente que a protagonista recebe de noivado do juiz Munhoz com o qual se casou. O rubi, como viemos a saber mais tarde, é falso, como toda a história construída em torno da joia e do próprio casamento do casal. Dessa forma, a história da novela se constrói por meio de desvendamento da aparência, que coloca lado a lado verdade e mentira, quando esta passa a ser ensaiada como real para Maria Bráulia, que internaliza, aos longos dos anos, ao lado do marido e no casamento. Assim como será desmascarada a história do rubi, há, também, um desvendamento das máscaras, a partir da teatralização das personagens nas relações familiares e da encenação do casamento burguês decadente, conforme analisamos neste artigo.
Palavras-chave
Teatro; Casamento; Relações familiares.
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ISSN 1807-9717
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