A CRÍTICA SOCIAL NOS MEANDROS DO TEXTO DE MURILO RUBIÃO

Resumo

O gênero Fantástico já foi bastante estudado ao longo do tempo em diversos países. Embora ele não tenha tido muita ressonância no Brasil, o escritor mineiro Murilo Rubião dedicou sua obra à construção de narrativas que abordam o insólito ficcional. O autor trabalhou o fantástico no modelo desenvolvido no século XX, no qual a maioria dos textos as personagens não apresentam temor em relação aos fenômenos. Suas narrativas também podem ser facilmente interpretadas como alegorias da modernidade. Rubião foi uma pessoa de personalidade cética, nunca conferiu muito crédito ao homem, de forma semelhante a Machado de Assis. As narrativas rubianas apresentam um mundo sem encanto algum, no qual tudo tende para o pior. Assim, o autor, utilizando-se do efeito que o fantástico causa no leitor, em seus contos, apresenta denúncias da realidade sem sentido em que vivemos. Neste trabalho analisamos a narrativa de Murilo Rubião “As Unhas” com o intuito de descobrir como se dá esse processo e a qual leitura alegórica implícita no texto. Para isso, nos baseamos nos pressupostos teóricos de Tzvetan Todorov (1997), David Roas (2014), Jaime Alazraki (2001), Jean-Paul Sartre (2005) sobre o Fantástico; e de Walter Benjamim (2011) e Flávio Kothe (1986), sobre a alegoria na literatura.