As imagens utópicas em Machado de Assis: considerações iniciais
Resumo
Este artigo tem por objetivo perseguir o caminho aberto por Massaud Moisés no ensaio “Machado de Assis: ficção e utopia” (1989), no qual o crítico examina “a utopia difusa no tecido imaginário” da ficção machadiana. Machado se vale, por vezes, de algumas imagens recorrentes na tradição do gênero utópico (“ilha”, “cidade”) associadas à ideia de perfeição e à apresentação de “novos mundos” – que guarda relação com os relatos de viagens –, além de citações nominais de utopias clássicas como as de Morus e Campanella. Em Machado de Assis, as utopias são rememoradas ou aludidas justamente para marcar mais prontamente a personalidade céptica e pessimista do autor, como objeto de negação e descrença (quando não de ridicularização), ainda que possam fazer emergir no leitor o desejo de um mundo perfeito. Este estudo introdutório apresenta quatro contos do autor: “O segredo do bonzo”, “A sereníssima república” (ambos publicados em livro na coletânea Papéis Avulsos, de 1882), “Viver!” (da coletânea de 1896, Várias histórias) e “Virginius (narrativa de um advogado)”, pertencente à fase de aprendizagem de Machado, sendo um de seus primeiros contos. As quatro narrativas revelam por meio de suas estruturas, temas e alusões, aspectos que podem ser relacionados ao gênero utópico.
PALAVRAS-CHAVE: utopia; viagens; contos; Machado de Assis.
PALAVRAS-CHAVE: utopia; viagens; contos; Machado de Assis.
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ISSN: 1807-8591
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