DUAS AMÉRICAS EM SOY LOCO POR TI, AMÉRICA: UMA ANÁLISE ARQUEOLÓGICA DO ENUNCIADO
Resumo
Neste artigo, objetivamos analisar o funcionamento da canção “Soy loco por ti, América”, em dois momentos históricos, no sentido da célebre questão levantada por Michel Foucault, em A Arqueologia do Saber (1969/2014, p. 33): “como apareceu um determinado enunciado, e não outro em seu lugar?”. Mais especificamente, buscamos explorar as condições de emergência do enunciado “Soy loco por ti, América” e o modo como ele se repetiu, circulou e funcionou em duas conjunturas históricas. Mais especificamente, partimos das seguintes questões: como esse enunciado, recortado de uma canção composta por José Carlos Capinam e Gilberto Gil (1968), e gravada por Caetano Veloso, sob a identidade do Movimento Tropicalista Brasileiro, pôde circular em um outro momento e em um outro campo discursivo? Como esse enunciado ativa (ou não) uma certa memória em diferentes momentos históricos, seja no período da Tropicália, seja na regravação da canção pela cantora pop Ivete Sangalo, para a trilha de abertura da telenovela América (2005)? Partimos, pois, da hipótese de que as duas ocorrências do enunciado são reguladas por duas formações discursivas específicas, portanto, distintas.
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ISSN: 1807-8591
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