MEMÓRIA CULTURAL E RECORDAÇÃO – NARRATIVIDADE E ESPERA NO DOCUMENTÁRIO CABRA MARCADO PARA MORRER, DE EDUARDO COUTINHO

Mônica Gama (UFOP), Erick Kluck (USP)

Resumo


O documentário Cabra marcado para morrer (1984), de Eduardo Coutinho, tem uma conturbada e longa história de realização. Ao incluir no filme essa narrativa sobre os problemas enfrentados desde a primeira ideia do documentário, o documentarista propõe uma intrigante reflexão sobre a representação da memória, assim como sobre a rede entre memória, cultura e história brasileira. O real e a realidade ganham novos contornos e conexões pela espera – é esse lapso temporal entre projetos e a incorporação do processo de criação do filme que engendram uma poética do olhar e novas formas de percepção da historicidade e da construção de uma memória narrativa e cinematográfica brasileira. Os sujeitos envolvidos no projeto são chamados para assistir ao que sobrou da primeira tentativa de realização do documentário, passando a narrar o que foi e como se percebem nessa trajetória marcada pela violência do Estado, em um processo de autointerpretação e/ou autoformulação de suas imagens e recordações.


Palavras-chave


Cabra marcado para morrer; memória; autointerpretação; documentário; processo de criação

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ISSN: 1807-8591

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