O SEXUAL E O LITERÁRIO NA LEITURA DUPLA DO CONTO “A CONFRARIA DOS ESPADAS”

Marcelo Pereira Machado (IFMT)

Resumo


O objetivo do artigo é fazer uma análise do texto “A confraria dos Espadas”, do escritor brasileiro Rubem Fonseca, principalmente à luz da teoria sobre o gênero “conto”, desenvolvida pelo crítico argentino Ricardo Piglia. Desse modo, articula-se uma leitura dupla do conto fonsequiano, levando-se em consideração a existência de uma história 1, explícita, contida na superficialidade, e uma história 2, elíptica, virtualmente presente na intersecção entre as duas narrativas. Com tal viés, busca-se demonstrar de que maneira é possível ler o texto de Fonseca como uma produção “metaliterária”, na qual se constrói uma intrigante discussão sobre o papel da literatura. Paralelo a isso, depara-se com uma história, em primeiro plano, repleta de elementos sexuais tanto no que se refere à seleção linguística quanto à escolha do conteúdo. No trajeto vertical da leitura, o leitor é, assim, instigado a descontruir pontos de vistas e a lidar, de modo contundente, com interditos culturais.


Palavras-chave


Conto; sexo; metalinguagem

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ISSN: 1807-8591

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