REFLEXÃO & ENCENAÇÃO EM FILOSOFIA E CONVERSA DE BOTEQUIM, DE NOEL ROSA
Resumo
RESUMO: Na obra humorística de Noel Rosa, especificamente nas canções em que o locutor fala de sua conduta, a voz poética que se cristaliza é aquela do sambista em tensão com algum universo de valor; em geral, a enunciação sugere uma oposição aos valores positivos atribuídos ao trabalho formal. Neste artigo, por intermédio da análise de duas canções, Filosofia e Conversa de botequim, propõe-se que, pela abordagem frequente do tema do fingimento, o compositor fala ora criticamente, ora num tom debochado da necessidade de uma máscara social como uma estratégia para sobreviver em sociedade. Nesse sentido, a obra noelina filia-se à ironia romântica que confrontava os valores do mundo burguês como uma estratégia discursiva recorrente. A análise é feita sob uma perspectiva enunciativa de viés bakhtiniano, que mapeia ideológica e estilisticamente a voz lírica das duas canções: como foram construídas, com quais vozes dialogam em oposição ou em conjunção de valores.
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ISSN: 1807-8591
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