EXAME PAPANICOLAOU: UM ESTUDO ETNOGEOGRÁFICO DAS REPRESENTAÇÕES DE UM GRUPO DE MULHERES EM XONIM DE BAIXO, GV- MG
http://dx.doi.org/10.5892/ruvrv.2011.92.264272
Resumo
As representações simbólicas são forma de conhecimento socialmente elaborado, neste sentido, esta pesquisa procurou analisar as representações de um grupo de mulheres de Xonim de Baixo, em relação à prevenção, tratamento e cura do câncer de colo de útero. Sabe-se que este câncer tem altas taxas de morbimortalidade, e o desafio é a não adesão das mulheres ao exame Papanicolaou. A pesquisa propôs compreender como, por quais motivos, e quais as representações desse exame para um grupo de mulheres. As representações do corpo feminino e do processo saúde/doença foram questões secundárias analisadas. O método etnogeográfico foi utilizado, a fim de privilegiar a socioespacialidade contextualizada na historicidade e subjetividade do grupo. Nas representações simbólicas de saúde/doença/cura, foi identificada grande distância entre as categorias do saber biomédico e as categorias dos saber local. Observou-se forte resistência ao saber biomédico, no momento em que esta mulher percebe-se invadida em seu território primeiro, seu corpo. Diante de tal situação, estas mulheres escolhem a forma de buscar por saúde pautada na questão da fé e da tradição, e portando legitimado através do uso de plantas com fins medicinais e universo mágico-religioso. Como desmembramento do estudo, foram analisados os fatores que dificultam o acesso ao preventivo, como o acesso ao médico, vergonha de expor o corpo, e relação de cotidianidade face a face exposto na fofoca como controlador social. Apenas quando os programas de políticas públicas observarem os saberes locais e sua socioespacialidade, expressa na territorialidade, poder-se-á pensar num serviço de saúde com efetividade.
Palavras-chave
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5892/199
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ISSN: 1517-0276
EISSN: 2236-5362