DESEMPENHO DO MÉTODO DE DESAGREGAÇÃO DE CHUVAS PARA DETERMINAÇÃO DAS RELAÇÕES INTENSIDADE-DURAÇÃO-FREQUÊNCIA DAS PRECIPITAÇÕES EM ALGUMAS LOCALIDADES DE MINAS GERAIS
Resumo
As chuvas intensas são eventos naturais, em geral caracterizados por forte precipitação contínua em um curto espaço de tempo. A precipitação pode ser caracterizada por três grandezas: sua intensidade, duração e frequência. A relação entre essas grandezas pode ser expressa por modelos matemáticos denominados relação IDF. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o desempenho das relações IDF geradas a partir da função de distribuição de Gumbel, empregando, para tal, a técnica da desagregação das informações coletadas em pluviômetros, comparando-as com as relações IDF ajustadas por Pinto (1995) a partir de registros pluviográficos, para 28 estações no estado de Minas Gerais. Os registros pluviométricos utilizados para estabelecer as relações IDF foram obtidos no sistema de informação HIDROWEB, disponível no site da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. A aderência da distribuição de Gumbel aos dados observados foi verificada pela aplicação dos testes de Kolmogorov-Smirnov e Anderson-Darling. Para a comparação pareada entre as intensidades de precipitação estimadas pelas relações IDF geradas neste trabalho e as obtidas por Pinto (1995), empregou-se o teste F de variância. As intensidades estimadas pelas relações IDF geradas apresentaram bom desempenho quando comparadas com as propostas por Pinto (1995) para os períodos de retorno de 5 e 10 anos e tempo de duração de até 60 minutos. Para os períodos de retorno de 25 e 100 anos, verificou-se um bom desempenho para tempos de duração de até 10 minutos e para o período de retorno de 50 anos, até 25 minutos.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS E SANEAMENTO BÁSICO. Hidroweb. Disponível em: . Acesso em: 2 nov. 2019.
ALMEIDA, K. N. et al. Avaliação do desempenho dos métodos expeditos de determinação de equações de chuvas intensas. Revista Brasileira de Ciências Ambientais, v. 35, p. 63–77, 2015.
ALVARES, C. A. et al. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711–728, 2013.
ARAGÃO, R. et al. Intense rainfall for the state of Sergipe based on disaggregated daily rainfall data. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 17, n. 3, p. 243–252, 2013.
ARAÚJO, L. E. et al. Análise estatística de chuvas intensas na bacia hidrográfica do Rio Paraíba. Revista Brasileira de Meteorologia, v. 23, n. 2, p. 162–169, 2008.
BACK, Á. J. Alternative model of intense rainfall equation obtained from daily rainfall disaggregation. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 25, n. 2, p. 1–11, 2020.
BACK, Á. J. Relações entre precipitações intensas de diferentes durações ocorridas no município de Urussanga, SC. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 13, n. 2, p. 170–175, 2009.
BACK, Á. J.; POLA, A. C. Relações Entre Precipitações Intensas De Diferentes Durações De Videira, Santa Catarina. Revista Tecnologia e Ambiente, v. 22, p. 125–135, 2016.
BORGES, G. M. R.; THEBALDI, M. S. Estimativa da precipitação máxima diária anual e equação de chuvas intensas para o município de Formiga, MG, Brasil. Revista Ambiente e Água, v. 11, n. 4, 2016.
BRAGA, R. N. DE S. et al. Determinação e interpolação dos coeficientes das equações de chuvas intensas para cidade do Rio de Janeiro. Revista Ambiente e Água, v. 13, n. 1, 2017.
CAMPOS, A. R. et al. Equações de intensidade de chuvas para o estado do Maranhão. Engenharia na Agricultura - Viçosa, v. 23, n. 5, p. 435–447, 2015.
CAMPOS, A. R. et al. Equações de intensidade-duração-frequência de chuvas para o estado do Piauí. Revista Ciência Agronômica, v. 45, n. 3, p. 488–498, 2014.
CECÍLIO, R. A.; PRUSKI, F. F. Interpolação dos parâmetros da equação de chuvas intensas com uso do inverso de potências da distância. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 7, n. 3, p. 501–504, 2003.
CETESB. Drenagem Urbana: manual de projeto. São Paulo: DAEE/CETESB, 1986.
DENARDIN, J. E. et al. Características fundamentais da chuva no Brasil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 15, n. 4, p. 419–421, 1980.
DORNELES, V. R. et al. Modeling of probability in obtaining intensity-duration-frequency relationships of rainfall occurrence for Pelotas, RS, Brazil. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 23, n. 7, p. 499–505, 2019.
FRANCO, C. S. et al. Distribuição de probabilidades para precipitação máxima diária na Bacia Hidrográfica do Rio Verde, Minas Gerais. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 18, n. 7, p. 735–741, 2014.
GARCIA, S. S. et al. Determination of the intensity-duration-frequency equation for three meteorological stations in Mato Grosso State. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 15, n. 6, p. 575–581, 2011.
LORENZONI, M. Z. et al. Chuvas intensas para a microrregião de Cianorte/PR, Brasil: uma avaliação a partir da desagregação de chuvas diárias. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v. 9, n. 17, p. 656–669, 2013.
MARTINS, D. et al. Disaggregation of daily rainfall data for the caraguatatuba city, in São Paulo State, Brazil. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 24, p. 1–8, 2019.
MELLO, C. R. et al. Modelos matemáticos para predição da chuva de projeto para regiões do Estado de Minas Gerais. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 7, n. 1, p. 121–128, 2003.
MELLO, C. R.; VIOLA, M. R. Mapeamento de chuvas intensas no estado de Minas Gerais. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 37, n. 1, p. 37–44, 2013.
MELLO, C. R.; SILVA, A. M. Hidrologia: princípios e aplicações em sistemas agrícolas. Lavras: UFLA, 2013.
MESQUITA, W. O. et al. Precipitações máximas diárias esperadas para as regiões central e sudeste de goiás. Pesquisa Agropecuária Tropical, v. 39, n. 2, p. 73–81, 2009.
NETO, V. L. S. et al. Daily rainfall disaggregation for Tocantins State, Brazil. Revista Ambiente e Água, v. 12, n. 4, 2017.
OLIVEIRA, L. F. C. Chuvas Extremas No Brasil: modelos e aplicações. Lavras: UFLA, 2019. 388 p.
OLIVEIRA, L. F. C. et al. Modelos de predição de chuvas intensas para o estado do Mato Grosso, Brasil. Revista Ambiente e Água, v. 6, n. 3, p. 274–290, 2011.
OLIVEIRA, L. F. C. et al. Estimativa de chuvas intensas para o estado de Goiás. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 28, n. 1, p. 22–33, 2008.
OLIVEIRA, L. F. C. et al. Intensidade-Duração-Frequência de chuvas intensas para localidades no estado de Goiás e Distrito Federal. Pesquisa Agropecuária Tropical, v. 35, n. 1, p. 13–18, 2005.
PENNER, G. C.; LIMA, M. P. Comparação entre métodos de determinação da equação de chuvas intensas para a cidade de Ribeirão Preto. Geociências, v. 35, n. 4, p. 542–559, 2016.
PINTO, F.A. Chuvas intensas no Estado de Minas Gerais: análises e modelos. 1995. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1995.
RODRIGUES, J. O. et al. Equações de intensidade – duração – frequência de chuvas para as localidades de Fortaleza e Pentecoste, Ceará. Scientia Agraria, Curitiba. v. 9, n. 4, p. 511-519, 2008.
SANTOS, G. G. et al. Intensidade-duração-frequência de chuvas para o Estado de Mato Grosso do Sul. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 13, p. 899–905, 2009.
SILVA, B. et al. Chuvas intensas em localidades do Estado de Pernambuco. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 17, n. 3, p. 135–147, 2012.
SILVA, D. D. et al. Chuvas intensas no Estado da Bahia. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 6, n. 2, p. 362–367, 2002.
SOUZA, G. R. et al. Heavy rainfall maps in Brazil to 5 year return period ARTICLES. Revista Ambiente Água, v. 14, n. 5, p. 445–458, 2019.
SOUZA, R. O. R. de M. et al. Intense rainfall equations for the State of Pará, Brazil. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 16, n. 9, p. 999–1005, 2012.
TEODORO, P. E. et al. Influência de diferentes coeficientes de desagregação na determinação de equações IDF para Aquidauana/MS. Revista Eletrônica de Engenharia Civil, v. 9, n. 2, p. 1–9, 2014.
DOI: http://dx.doi.org/10.5892/st.v4i2.6233
Apontamentos
- Não há apontamentos.
ISSN 2526-690X