ATAULFO ALVES E O MUNDO FEMININO
Resumo
Quando se trata do exame das letras de sambas das décadas de 1940-50, além da figura do malandro, recorrente desde 1920 como parte de um ideário de negação moral da conduta exemplar, sobretudo do mundo do trabalho alienante, outra personagem que se destaca é a feminina que ganha espaço no samba lírico-amoroso, um dos veios composicionais identificados por Claudia Matos em Acertei no milhar: samba e malandragem no tempo de Getúlio (1982). Em todas as suas vertentes rítmicas e períodos, o samba cantou a mulher, normalmente apresentada como elemento de construção/desconstrução amorosa. É objetivo deste artigo discutir as imagens feminina e masculina projetadas nas letras de um dos grandes representantes do samba das décadas de 1940 e 50, Ataulfo Alves. Na análise das canções recortadas, temos, por um lado, a construção imagética da figura feminina como construtora da estabilidade emocional masculina; por outro, a figura masculina fragilidade e o modo como esta encena um discurso romântico sentimental que fortalece a figura feminina como alicerce e sobrevivência masculina.
Palavras-chave: samba; feminino; masculino; Ataulfo Alves.
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ISSN 1807-9717
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