A MITIGAÇÃO DO FANTÁSTICO POR MACHADO DE ASSIS EM “OS ÓCULOS DE PEDRO ANTÃO” E “SEM OLHOS”
Resumo
Este artigo apresenta análise de dois contos fantásticos de Machado de Assis publicados no Jornal das Famílias, ―Os óculos de Pedro Antão‖ e ―Sem olhos‖. Machado opta, nestes contos, por saídas racionais ao sobrenatural (o uso do espaço onírico, da imaginação ou da loucura) e dilui o gênero ao utilizar-se do humor, da reflexão sobre o fazer literário e da ambiguidade proposital – marca da ficção machadiana –, distinguindo-se do fantástico tradicional do século XIX. Além do deslocamento aos expedientes comuns ao gênero, Machado de Assis recheia suas histórias com cenas de casamento e de amores irrealizados, tópicas comuns à literatura romântica, como uma espécie de adequação ao programa editorial do Jornal das Famílias e a um público formado essencialmente por mulheres. As narrativas fantásticas de Machado, a considerar os contos examinados, revelam sua associação ao gênero ao mesmo tempo em que apresenta contornos particulares, deslocando-se dessa mesma tradição. Palavras-chave: Machado de Assis. Fantástico. ―Os óculos de Pedro Antão‖. ―Sem olhos‖
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ISSN 1807-9717
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