MULHER ARANHA, MULHER MOLINA: HOMOCULTURA E PERFORMANCE DE GÊNERO EM O BEIJO DA MULHER ARANHA
Resumo
RESUMO: neste artigo se pretende apresentar como alguns elementos da homocultura e da performance de gênero são apresentados no romance O beijo da mulher aranha, do autor argentino Manuel Puig (1932-1990). Por elementos da homocultura podemos ressaltar as referências às estéticas kitsch e camp, e a adoção de elementos intertextuais da cultura de massas que conformam um imaginário feminino e que são caros à obra de Puig. Por outro lado, ao abordar as performances de gênero, tratar-se-á de analisar a condição do personagem Molina, personagem homossexual submetido a adotar para si uma feminilidade performatizada à luz dos conceitos de mulher ditados por um certo padrão de heteronormatividade. Junto a isso, teremos a problematização da metáfora “sair do armário”, onde a homossexualidade assumida é um ato de representatividade dentro de um padrão heteronormativo. Desse modo, a mulher em que Molina se vê é uma reprodução da mulher heteronormativa, que entra em conflito com sua condição corpórea de homem e com a impossibilidade de concretizar o amor por um homem, também figura heteronormativa.
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ISSN 1807-9717
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