NO ESPAÇO DA MEMÓRIA: ECOS DE UMA HISTÓRIA DE FAMÍLIA, DE SILVIANO SANTIAGO

Aline Mara de Almeida Rocha (UNINCOR)

Resumo


 Na ficção brasileira contemporânea, a família, considerada um dos núcleos dos quais irradiavam princípios morais rígidos, orientados por práticas patriarcais bem definidas e legitimadas socialmente, passa a ser colocada em questão, refletindo a fragilidade de seus laços afetivos por meio do desmascaramento de suas próprias relações. O romance Uma história de família (1992), de Silviano Santiago, pode ser incluído nessa tendência da literatura brasileira atual, na medida em que revela, por meio da memória do narrador, a desconstrução do modelo tradicional da família, deslocando a imagem ideal desta, que simbolizaria segurança, proteção e, sobretudo, afeto e aceitação. Deste modo, temos como principal objetivo desta pesquisa refletir, por meio do não lugar de tio Mário, a morte da família, considerada um agente de constituição e proteção não só de seus membros, mas de um construto social. Para tanto buscaremos relacionar dialeticamente a experiência da memória com o espaço e suas conotações. Acreditamos que por existir um processo de identificação entre o narrador e o personagem tio Mário, a memória do narrador se constitui como uma espacialidade para abrigar a existência de tio Mário, insistentemente apagada pelo restante da família.

PALAVRAS-CHAVE: memória; loucura; família; espaço.


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ISSN  1807-9717


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