A METAFORIZAÇÃO DO HOMICÍDIO POR MEIO DE ARGUMENTOS: JUSTIFICANDO O INJUSTIFICÁVEL
Resumo
Situado no campo teórico dos estudos cognitivos, este artigo visa investigar o uso de metáforas conceituais em um interrogatório de réu julgado por homicídio na cidade de Londrina-PR: trata-se de compreender como tais metáforas, enquanto escolhas linguísticas, são utilizadas como argumento de autoridade na busca por justificar o ato homicida e minimizar a culpa do réu, com a língua atuando como prova judicial e como posicionamento do sujeito, carregado de ideologias e de fatores que condicionam seus atos e sua fala, como a ideologia religiosa, que tem forte apelo sentimental. O empreendimento desse tipo de ideologia como fator argumentativo nessa situação comunicativa específica não é desmotivado, assim como o uso das metáforas e da argumentação por autoridade são conscientes e intencionados, pois também são formas de apelo, não à lógica, mas à emoção e à subjetividade. Assim, a metáfora passa a atuar na construção de sentidos, na defesa de teses em nome da argumentação e na manifestação representativa de processos cognitivos, de formações sociais e experienciais e de conceitos coletivamente construídos e individualmente sistematizados.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFApontamentos
- Não há apontamentos.
ISSN 1807-9717
Indexado em: