CONSTRUÇÃO, DE CHICO BUARQUE: A (OUTRA) HISTÓRIA CANTADA

Moema Sarrapio Pereira (UNINCOR)

Resumo


O Golpe Militar de 1964 inaugurou no Brasil uma ditadura que duraria 21 anos. Neste período, o país conheceu o terror absoluto. O cerceamento da liberdade, o autoritarismo arbitrário e a tortura como forma de punição gravaram tristes momentos na história. Entretanto, uma centelha de esperança sobrevivia por meio da arte. Mesmo com o silêncio imposto pela censura prévia instituída pelo AI-5 em 1968, alguns artistas decidiram não se calar, e continuar a produzir, mesmo correndo riscos. Neste cenário, destaca-se Chico Buarque de Hollanda, cantor e compositor carioca, cuja obra foi perseguida, cerceada, censurada. Para conseguir sobreviver aos desmandos dos militares e continuar produzindo, Chico recorreu a formas de ludibriar a Censura Federal, cantando e contando a história à sua maneira, pela fresta da música popular. Este artigo tem como objetivo analisar o disco Construção (1971), de Chico Buarque, observando-o como estratégia de resistência por meio de um contradiscurso, que revela o Brasil sombrio imposto pelos militares (através da censura e do cerceamento individual) e descortina a propaganda do regime, que afirmava a imagem de um país econômica e socialmente estável.  


Palavras-chave


MPB, Ditadura Militar, Censura Prévia, Chico Buarque, Contradiscurso

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Referências


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ISSN  1807-9717


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