A VIAGEM DA VOZ EM “O RECADO DO MORRO”, DE GUIMARÃES ROSA
Resumo
RESUMO: Este artigo apresenta uma leitura do conto “O recado do morro”, de Guimarães Rosa, buscando capturar a importante dimensão da vocalidade nas transmissões de um recado emitido pelo Morro da Garça. A “viagem da voz” — concomitante à viagem de uma comitiva por sete fazendas de Minas Gerais — tem início com o estranho grito silencioso do morro que, transmitido por sete mensageiros, aos poucos se formula em um poema cantado. Neste conto que entrelaça uma viagem linguística e um deslocamento espacial com evidente valor simbólico, a importância da voz é desde o início captada nas ressonâncias vocais do primeiro recadeiro, um eremita. Para tratar dessa ressonância vocal responsável por lançar adiante as palavras confusas do recado e criar um elo entre os recadeiros, são contempladas a noção de eco — a partir do mito de Eco e Narciso — e a noção grega de enthousiasmós — a partir do texto Íon, de Platão.
PALAVRAS-CHAVE: Guimarães Rosa; Recado do Morro; voz; vocalidade
PALAVRAS-CHAVE: Guimarães Rosa; Recado do Morro; voz; vocalidade
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ISSN: 1807-8591
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