Cartografias urbanas: literatura e experiência urbana na belle époque carioca

Luciana Marino Nascimento (UFRJ)

Resumo


O espaço urbano foi uma das grandes inovações de fins do século XIX. O espetáculo das ruas, as novas formas de sociabilidade e o imaginário civilizador, portador de ideias de progresso e da crença na modernidade, na técnica e na ciência, suscitaram inúmeras leituras desse novo espaço, tanto por parte dos seus planejadores, políticos, médicos como também dos seus escritores, tanto na Europa como em outras partes do mundo. A literatura de fins do século XIX/início do século XX tematizou as ruas, os personagens anônimos, lançando diferentes olhares sobre as cidades, na incessante busca de lê-las como mapas textuais. Nesse sentido, propomos, neste trabalho realizar uma leitura de algumas das crônicas de Lima Barreto, Olavo Bilac e Figueiredo Pimentel, como representativas do período da Belle Époque carioca, momento esse em que a sociedade busca um ideal de progresso, não obstante, uma boa parte dos intelectuais estivesse debatendo as questões sociais e as contradições de nossa “modernidade de empréstimo” (BERMAN). Angel Rama, em Cidade das Letras, afirma que as cidades desenvolvem uma linguagem, abrangendo dois espaços sobrepostos: o físico, que o caminhante percorre até perder-se na sua travessia e o simbólico que reordena e relê a cidade. (RAMA, 1985). Que cartografia simbólica do Rio de Janeiro nos traçam os cronistas em seus textos produzidos para a imprensa?
PALAVRAS CHAVE: crônica, modernidade, literatura

Palavras-chave


crônica, modernidade, literatura

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ISSN: 1807-8591

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