Homossociabilidade e antecipação: a estética dos corpos e prazeres de O bom-crioulo
Resumo
O texto naturalista de Adolfo Caminha, O Bom-Crioulo, de 1895, é, hoje, “um romance de antecipação”. Mas quando se fala em antecipação sobre o quê, exatamente, se fala? Trata-se de abrir o caminho para o que viria depois, quando o romance-marco da homotextualidade no Brasil serviria de base para os movimentos de luta pelos direitos homossexuais, tanto no País quanto no estrangeiro. Neste trabalho, pretende-se demonstrar de que maneiras a narrativa se mobiliza no sentido de desenvolver uma estética calcada nos corpos, nos prazeres e na sociabilidade homossexual, em contraponto ao canônico O Cortiço, de Aluísio Azevedo, de 1890. Para além de uma talvez “simples” celebração de O Bom-Crioulo, o artigo aponta as limitações políticas da narrativa, bem como seus comprometimentos com o projeto de nação levado a cabo pelas elites brasileiras a partir da segunda metade do século XIX.
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ISSN: 1807-8591
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