O enunciado do romance Usina, de José Lins do Rego: fluxo de consciência, circuito de vozes, repetição
Resumo
RESUMO: Este artigo tem por objetivo analisar a forma pela qual se estrutura o enunciado da obra Usina (1936) do paraibano José Lins do Rego. Para tanto, partiremos dos pressupostos teóricos de Volochinov e de Bakhtin, para quem o romance é um grande enunciado que se dá em espaço sócio-interativo. Observamos que no romance Usina esse enunciado se constitui pela insistente repetição de uma idéia-chave, síntese da obra, a de que no tempo de engenho havia relações mais humanizadas entre homens e destes com a natureza. Essa tese do autor está presente nas falas das personagens, organizadas sob a forma do discurso citado, em um circuito de vozes, a partir do qual o autor também revela sua intenção crítica, uma resposta a seu tempo sobre os efeitos negativos da modernização dos engenhos à população local.
Palavras-chave: Literatura Brasileira; Romance; Bakhtin; Enunciado; Circuito de Vozes.
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ISSN: 1807-8591
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