A REPRESENTAÇÃO DA MULHER E DO NEGRO EM O QUASE FIM DO MUNDO E O ALEGRE CANTO DA PERDIZ

Mariana Aparecida de Carvalho (UFF)

Resumo


A pesquisadora Inocência Mata ressalta que apenas por vias literárias determinados anseios poderiam ser evidenciados, se tomarmos como exemplo os países africanos de colonização portuguesa. De acordo com a estudiosa, “o autor psicografa os anseios e demônios de sua época, dando voz àqueles que se colocam, ou são colocados, à margem da ‘voz oficial’” (MATA, 2008, p. 20). Desse modo, indagamos: seria possível um homem branco abordar a temática da mulher e do negro em um contexto africano, a partir de uma obra ficcional? A fim de respondermos tal questão, propomos o trabalho em que investigamos a representação da mulher e do negro no romance distópico O quase fim do mundo, do angolano Pepetela, a partir de uma leitura comparada com a obra O alegre canto da perdiz, da moçambicana Paulina Chiziane. Nos é apresentada, na obra de Pepetela, uma discussão acerca da sociedade africana, mostrando como determinadas escolhas podem influenciar na vida de todos e como, apesar das mudanças e das conquistas alcançadas, determinadas estruturas se repetem, mudando-se apenas os sujeitos sociais que as operam. Salientamos, porém, que Pepetela, ao denunciar determinada situação, não pretende falar pelas figuras que representa literariamente, mas como bem afirma Mata (2008), ao serem representados, os sujeitos falam por si próprios.

Palavras-chave


Pepetela; Chiziane; Representação Ficcional; Mulher; Negro.

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ISSN: 1807-8591

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