MEMÓRIA EM/NA REDE: O DISCURSO ESCRAVOCRATA EM IMAGENS DIGITAIS DE BABÁS NEGRAS NO BRASIL
Resumo
Neste artigo, analisamos o funcionamento de efeitos de memória do discurso da escravidão inscritos em imagens digitais de babás negras brasileiras. A reflexão foi motivada pela polêmica gerada nas redes sociais em março de 2016, a partir da publicação de uma foto de uma babá negra que, em companhia dos patrões, empurrava o carrinho de um bebê, a caminho dos protestos realizados em 13/03/2016, no Rio de Janeiro, contra o governo da Presidente Dilma Roussef. O corpus do estudo foi constituído, além da foto já citada, por outras imagens de babás negras publicadas em sites da internet, como também do arquivo histórico brasileiro de fotos de mulheres negras escravas. O trabalho filia-se teoricamente aos aportes da Análise de Discurso (AD) de filiação pêcheuxtiana, em diálogo com alguns estudos das ciências sociais. O estudo mostra que as imagens das babás negras, tomadas para esta análise, funcionam em uma relação parafrástica de sentidos com outros enunciados históricos que remetem ao discurso da escravidão. Em outras palavras, inscreve-se em tais imagens, uma relação metafórica na qual ressoam os mesmos efeitos de sentidos, efeitos de memória do discurso da dominação do branco sobre o negro, em especial sobre a mulher negra.
Palavras-chave
Herança escravocrata; Imagens digitais; Memória discursiva; Mulher negra.
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ISSN: 1807-8591
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