DESENVOLVIMENTO REGIONAL EM MINAS GERAIS: CONTRIBUIÇÃO DA INDICAÇÃO GEOGRÁFICA DE PRODUTOS NAS REGIÕES DA CANASTRA E DO SERRO
Resumo
As práticas de desenvolvimento local assumem variadas dimensões e significados, ora como uma nova política local, ora como um novo paradigma econômico. A Indicação Geográfica (IG) refere-se a características relacionadas à especificação dos produtos, do produtor e do mercado. No intuito de ir além da análise econômica relacionada à IG, busca-se compreender como ocorre a formação de uma trilha de inovação em regiões específicas do Estado de Minas Gerais. Nesse cenário, busca-se avançar quanto aos estudos de Maiorki e Dallabrida (2015) e de Mcgahan e Stein (2018). Trata-se de estudo descritivo comparativo em duas regiões produtoras de queijo do estado de Minas Gerais. Os dados obtidos demonstram que os impactos de uma IG no desenvolvimento de uma região não se determinam previamente. A certificação de indicação de procedência no Serro e na Canastra favoreceu a competitividade dos produtos nos mercados mais exigentes, no entanto, devemos considerar que nem todos os produtores estão interessados em atender as exigências das certificações. Instiga-se, a partir do presente estudo, novas análises sobre IG no Brasil.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
ALMEIDA, Alberto Francisco Ribeiro. Indicações de proveniência, denominações de origem e indicações geográficas, In 5. º Curso de Pós-Graduação em Propriedade Industrial, organizado pela Faculdade de Direito de Lisboa e pela Associação Portuguesa de Direito Intelectual. 2004.
ALMEIDA, Viramy Marques et al. Identificação Geográfica para o queijo de São Bento como estratégia de desenvolvimento territorial para a microrregião da baixada maranhense. Cadernos de Prospecção, v. 8, n. 4, p. 825-825, 2015.
AZEVEDO, Ana Cláudia et al. CLUSTER BRANDING: O CASO DO VALE DOS VINHEDOS. Gestão & Regionalidade, v. 35, n. 104, 2019.
BOWEN, Sarah; ZAPATA, Ana Valenzuela. Geographical indications, terroir, and socioeconomic and ecological sustainability: The case of tequila. Journal of rural studies, v. 25, n. 1, p. 108-119, 2009.
CAVALCANTI, Lúcio Rogério Bastos et al. O uso do branding como estratégia competitiva para o agronegócio no Estado do Amazonas. 2019.
CEI, Leonardo et al. Geographical indications: A first assessment of the impact on rural development in Italian NUTS3 regions. Land Use Policy, v. 75, p. 620-630, 2018.Cerdan, C. M. T., Bruch, K. L., & Silva, A
CHUNG, Sunyang. Building a national innovation system through regional innovation systems. Technovation, v. 22, n. 8, p. 485-491, 2002.
CROUZOULON, P. (2019). A implantação da Indicação Geográfica do queijo da Canastra sob as luzes da multifuncionalidade da agricultura: A vaca dos queijos de ouro (Tese de Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
CRUZ, Benedito Ely Valente da et al. Indicação geográfica e queijos artesanais: marco legal e desafios a uma política para este segmento no Brasil. Confins. Revue franco-brésilienne de géographie/Revista franco-brasilera de geografia, n. 37, 2018.
CRUZ, Benedito Ely Valente et al. A identificação geográfica para o queijo do Marajó com estratégia de desenvolvimento territorial para a microrregião do Arari-Marajó, PA. Cadernos de Prospecção, v. 8, n. 1, p. 158-158, 2015.
DAMANPOUR, Fariborz. Organizational complexity and innovation: developing and testing multiple contingency models. Management science, v. 42, n. 5, p. 693-716, 1996.
DREJER, Ina. Identifying innovation in surveys of services: a Schumpeterian perspective. Research policy, v. 33, n. 3, p. 551-562, 2004.
DUARTE, V. A. da S.; PAIVA, C. Á. Análise das cadeias produtivas à luz dos quocientes locacionais no município de Osório/RS. In M. P. D. Griebeler, M. Riedl, & E. R. Frohlich (Orgs.), Desenvolvimento Regional em Perspectiva (Vol. II, pp. 219-241). Porto Alegre: Conceito. 2017.
DULLIUS, Paulo Roberto et al. Indicações geográficas e desenvolvimento territorial: as experiências do Rio Grande do Sul. 2009.
European Commission. Workshops on Geographical Indications: Development and use of specific instruments to market origin-based agricultural products in African – ACP countries Brussels. Belgium: European Commission. 2014. Recuperado de http://ec.europa.eu/agriculture/events/2014/gi-workshops/ training-brochure_en.pdf
FELDMAN, Maryann P. Knowledge complementarity and innovation. Small business economics, v. 6, n. 5, p. 363-372, 1994.
FELISBERTO, Andrezza Feitosa; LE GUERROUÉ, Jean-Louis. A convergência entre o turismo rural e as indicações geográficas brasileiras. DRd-Desenvolvimento Regional em debate, v. 9, n. Ed. esp. 2, p. 248-261, 2019.
GASPARIN, Marta et al. Business as unusual: A business model for social innovation. Journal of Business Research, v. 125, p. 698-709, 2021.
GEORGE, Gerard; MCGAHAN, Anita M.; PRABHU, Jaideep. Innovation for inclusive growth: Towards a theoretical framework and a research agenda. Journal of management studies, v. 49, n. 4, p. 661-683, 2012.
GLASS, Rogério Fabrício; DE CASTRO, Antônio Maria Gomes. As indicações geográficas como estratégia mercadológica para vinhos. Área de Informação da Sede-Texto para Discussão (ALICE), 2009.
GOLLO, S. S.; CASTRO, A. W. V. Indicações geográficas: o processo de obtenção da indicação de procedência Vale dos Vinhedos Serra gaúcha/RS/Brasil. In: Congresso da SOBER. 2007.
GONÇALVES, Marcos Fabrício Welge. Propriedade industrial ea proteção dos nomes geográficos: indicações geográficas, indicações de procedência e denominações de origem. Juruá Editora, 2008.
Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Guia Básico de Indicação Geográfica. Rio de Janeiro: INPI. 2020. Recuperado de https://www.gov.br/inpi/pt-br/servicos/indicacoes-geograficas/guia-basico
IPHAN. Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas. 2020. Recuperado de http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/65
JACOBSSON, Staffan; BERGEK, Anna. Innovation system analyses and sustainability transitions: Contributions and suggestions for research. Environmental Innovation and Societal Transitions, v. 1, n. 1, p. 41-57, 2011.
KAKUTA, Susana Maria et al. Indicações geográficas: guia de respostas. Porto Alegre: Sebrae/RS, 2006.
LA FALCE, Jefferson Lopes; DE MUYLDER, Cristiana Fernandes; TOIVANEN, Maria Barbosa Lima. Evolution of the concept of innovation and its relationship with productivity & competitiveness. International Journal of Economics, Commerce and Management, v. 2, n. 12, p. 1-27, 2014.
LASNER, Tobias et al. Carp land: Economics of fish farms and the impact of region-marketing in the Aischgrund (DEU) and Barycz Valley (POL). Aquaculture, v. 519, p. 734731, 2020.
LE GUERROUÉ, Jean-Louis. Um freio ao desenvolvimento das indicações geográficas: o desconhecimento dos consumidores. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 8, p. 59013-59021, 2020.
MAILLAT, Denis. Globalização, meio inovador e sistemas territoriais de produção. Interações (Campo Grande), 2002.
MAIORKI, Giovane José; DALLABRIDA, Valdir Roque. A indicação geográfica de produtos: um estudo sobre sua contribuição econômica no desenvolvimento territorial. Interações (Campo Grande), v. 16, p. 13-25, 2015.
MCGAHAN, Anita; STEIN, Janice Gross. Innovation Highways and the Geography of Inclusive Growth. In: The New Oxford Handbook of Economic Geography.
MELONI, Giulia; SWINNEN, Johan. Trade and terroir. The political economy of the world’s first geographical indications. Food Policy, v. 81, p. 1-20, 2018.
MENEZES, Renata Giacomin; DE MUYLDER, Cristiana Fernandes. Inteligência competitiva, inovação e performance: proposta de modelo teórico. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 1, p. 657-678, 2020.
MINAYO, Maria Cecília de Souza et al. O desafio do conhecimento-pesquisa qualitativa em saúde. In: O desafio do conhecimento-pesquisa qualitativa em saúde. 2000. p. 269-269.
MORATELLI, Rafael Fachini et al. Estudo sobre a responsabilidade social no setor hoteleiro de Santa Catarina. 2005.
NEILSON, Jeffrey; WRIGHT, Josephine; AKLIMAWATI, Lya. Geographical indications and value capture in the Indonesia coffee sector. Journal of Rural Studies, v. 59, p. 35-48, 2018.
NIEDERLE, Paulo A. Desenvolvimento, instituições e mercados agroalimentares: os usos das indicações geográficas. Desenvolvimento Regional em debate, v. 4, n. 2, p. 21-43, 2014.
NIZAM, Derya; TATARI, Mehmet Fatih. Rural revitalization through territorial distinctiveness: The use of geographical indications in Turkey. J. Rural Stud, 2020.
NUNES, Gilvanda Silva; BANDEIRA, Maria Da Glória Almeida; NASCIMENTO, Jaqueline Silva. Indicações geográficas (IGs): instrumento de desenvolvimento sustentável. REVISTA GEINTEC-GESTAO INOVACAO E TECNOLOGIAS, v. 2, n. 4, p. 344-352, 2012.
PECQUEUR, Bernard. Qualité et développement territorial: l'hypothèse du panier de biens et de services territorialisés. Économie rurale, v. 261, n. 1, p. 37-49, 2001.
PELLIN, Valdinho. Indicações Geográficas e desenvolvimento regional no Brasil: a atuação dos principais atores e suas metodologias de trabalho. Interações (Campo Grande), v. 20, p. 63-78, 2019.
PEREIRA, João Pedro de Castro Nunes et al. Turismo e Identificação Geográfica (IG) sob o enfoque do desenvolvimento local. TURYDES: Revista sobre Turismo y Desarrollo local sostenible, v. 11, n. 25, p. 52, 2018.
PIRES, PBS; SANTOS, V. M. L. Potencial de indicação geográfica do acarajé baiano. Revista INGI–Indicação Geográfica e Inovação, v. 3, p. 432-435, 2019.
POL, Eduardo; VILLE, Simon. Social innovation: Buzz word or enduring term?. The Journal of socio-economics, v. 38, n. 6, p. 878-885, 2009.
PRAZERES, Ibrahim Cravid. Estratégia de marketing e criação de valor do cacau biológico de São Tomé e Príncipe no mercado internacional. 2019. Dissertação de Mestrado. Universidade de Évora.
ROCHA FILHO, Sylvio do Amaral et al. Indicações geográficas: a proteção do patrimônio cultural brasileiro na sua diversidade. 2009.
SANTOS, Adeilson Freire dos et al. Um estudo sobre mapeamento de produtos do agronegócio com potencial para a proteção por Indicação Geográfica: o caso da laranja produzida no território sul sergipano. 2015. Recuperado de ttps://bdtd.ufs.br/handle/tede/691
SOUZA, N. J. Globalização, crescimento e pobreza. A visão do Banco Mundial sobre os efeitos da globalização (Resenha de livro). Análise Econômica, 22(42), 279-84. 2004.
SYLVANDER, B. Diagnostic et perspectives de developpement de la filiére fruits et legumes biologiques des Pays de la Loire: Prospective dy marché et dynamiques d´énterprises de la filiére biologuque en région Pays de la Loire. Rapport n. 2003/7. 2003.
TASHIRO, Ai; UCHIYAMA, Yuta; KOHSAKA, Ryo. Impact of Geographical Indication schemes on traditional knowledge in changing agricultural landscapes: An empirical analysis from Japan. Journal of Rural Studies, v. 68, p. 46-53, 2019.
TIDD, J.; BESSANT, J. R. et Pavitt, K.(2008), Gestão da inovação. Trad. Elizamari Rodrigues Becker et al. 3ª. Ed. Porto Alegre. Bookman.
VALENTE, Maria Emília Rodrigues et al. Indicação geográfica de alimentos e bebidas no Brasil e na União Europeia. Ciência Rural, v. 42, n. 3, p. 551-558, 2012.
VIEIRA, Adriana Carvalho Pinto; PELLIN, Valdinho. Indicações geográficas como políticas públicas de desenvolvimento territorial rural: o caso dos Vales da Uva Goethe. DALLABRIDA, VR Indicação geográfica e desenvolvimento territorial: reflexões sobre o tema e potencialidades do Estado de Santa Catarina. São Paulo: Liberars, p. 273-288, 2015.
World Intellectual Property Organization (WIPO). WIPO National Seminar on Copyright, Related Rights, and Collective Management. Khartoum: WIPO. 2005. Recuperado de https://www.wipo.int/edocs/mdocs/arab/en/wipo _cr_krt _05/wipo_cr_krt_05_1b.pdf
ZUIN, Luís Fernando Soares; ZUIN, Poliana Bruno. Produção de alimentos tradicionais contribuindo para o desenvolvimento local/regional e dos pequenos produtores rurais. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, v. 4, n. 1, 2008.
Apontamentos
- Não há apontamentos.
ISSN: 1807-8591
Indexado em:
