A MIRAGEM DO LUSO-TROPICALISMO EM BREVIÁRIO DO BRASIL E CASA-GRANDE E SENZALA

Marta Freitas Mendes (PUC-RS)

Resumo


 Este artigo pretende abordar os reflexos de Casa-grande e senzala (1933), ensaio sociológico do brasileiro Gilberto Freyre, na representação do Brasil expressa no diário de viagem Breviário do Brasil (1991), da renomada escritora portuguesa Agustina Bessa-Luís, a partir de três ideias recorrentes em ambas as obras, a saber: a) não existe racismo no Brasil; b) o português foi um colonizador menos agressivo; c) o erotismo permeia as relações entre os brasileiros. A obra de Gilberto Freyre é elogiada em Breviário do Brasil, sendo que Casa-grande e senzala constitui para Bessa-Luís uma “cartilha maravilhosa”, isto é, um texto de referência, para a investigação da realidade brasileira. Considerando isso, o objetivo deste trabalho é refletir sobre como o diálogo entre as referidas obras pode levar ao reforço de estereótipos e até mesmo de preconceitos sobre o Brasil e seu povo e, a partir dessa discussão, pensar sobre as armadilhas dos conceitos de luso-tropicalismo e de comunidade luso-brasileira, com o auxílio de pensadores como Eduardo Lourenço e Roberto Vecchi.

 

PALAVRAS-CHAVE: Literatura portuguesa. Pós-colonialismo. Luso-tropicalismo.

 


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ISSN  1807-9717


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